terça-feira, 27 de setembro de 2011

O caminho


Eu imaginava todo o caminho antes mesmo
de ter a certeza do que iria encontrar.
Mas eu não me importava no que poderia ser,
o sentimento havia se solidificado.
Por mais duvidas que pudessem surgir,
mais eu procurava saídas para conseguir chegar
além do que eu deveria.
Eu só queria poder fazer tudo
que eu ensaiei com meu travesseiro.
E quando tudo parecia transparente,
quando eu achei que finalmente havia chegado,
vinham mais tempestades para me afastar do destino,
e eu me sentia sufocada, me sentia maluca,
por permanecer mesmo sem ver,
andar por aquelas ruínas escuras
a procura do desconhecido.
E quanto menos eu sabia, mais eu queria.
Eu sempre tive a certeza de que um dia eu saberia,
o que eu estava procurando por tanto tempo,
por tanto andar e me cansar.
A certeza sempre se manteve presente.
O sol queimava o meu rosto
enquanto eu continuava a andar, mais um dia.
A fome que eu sentia, ja não era mais de comida,
e o que mais eu queria?
Eu precisava ser salva,
mas eu não sabia o que estava procurando,
só sabia que era mais forte que eu.
E se pelo menos eu avistasse alguma coisa,
e se pelo menos eu achasse outra saída.
E toda aquela alegria havia se transformado em repulsa.
Mais um dia, menos outro dia.
Eu ja nem queria mais saber.
Tentei voltar, já era tarde,
os ventos já não mais sopravam ao meu favor,
perdia o ar, e a certeza, nem mais no rancor.
Sentia que a cada passo, eu ia me perdendo,
não conseguia mais similar as minhas ações.
Senti um calafrio na nuca, um ar gelado.
Me virei e vi uma sombra.
Ouvi uma voz calma e doce, um rosto.
Pude sentir minhas bochechas queimarem
e mudarem de cor.
De repente,
todas as minhas perguntas poderiam ser respondidas.
De repente,
você poderia me dizer o verdadeiro caminho.
Ou de repente, era você.