sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Faz de conta.


Lembra quando a gente resolveu brincar de faz de conta?
Nos encontravamos todas as noites,
nos mesmos bares, mesmos bosques.
Nas suas mãos minha bebida preferida.
Nas minhas o suspiro.
E no celular, aquelas ligações nunca completadas.
Sempre repetidas.
No fundo era tudo combinado,
você sempre rindo do meu penteado,
e eu te achando desengonçado.
Fazia de conta que te ligava de madrugada pra te contar daquele pesadelo.
Tudo não passou de um simples apelo.
Voltava a dormir.
Sem ao menos saber, que eu sonhava com você,
sem mascaras, sem truques, mas porque?
De repente todos ja sabiam, mas eu so danava a rir.
Você com aquele sorriso amarelo, e eu com meu cabelo amarelo.
Só que ninguém me contou que você não fazia de conta,
muito menos eu. Será que eu ja estava pronta?
Talvez eu te magoasse, talvez você me perdoasse,
talvez mais nada. A hora é agora.
Aqueles seus olhos, eu sempre me sentia maluca,
era como se eu voasse, mas sempre voltasse pro chão.
Ainda permaneciamos sorrindo, os dois.
Eu so queria entender,
porque eu fazia de conta não te ver,
mesmo sentindo você tão presente,
e se alguém me contasse, eu não iria crer,
que eu estava a todo tempo querendo apenas estar com você.
Sem faz de conta.


domingo, 16 de outubro de 2011









"I'm not coming back
I've done something so terrible
I'm terrified to speak
But you'd expect that from me
I'm mixed up, I'll be blunt
Now the rain is just washing you out of my hair
And out of my mind."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O caminho


Eu imaginava todo o caminho antes mesmo
de ter a certeza do que iria encontrar.
Mas eu não me importava no que poderia ser,
o sentimento havia se solidificado.
Por mais duvidas que pudessem surgir,
mais eu procurava saídas para conseguir chegar
além do que eu deveria.
Eu só queria poder fazer tudo
que eu ensaiei com meu travesseiro.
E quando tudo parecia transparente,
quando eu achei que finalmente havia chegado,
vinham mais tempestades para me afastar do destino,
e eu me sentia sufocada, me sentia maluca,
por permanecer mesmo sem ver,
andar por aquelas ruínas escuras
a procura do desconhecido.
E quanto menos eu sabia, mais eu queria.
Eu sempre tive a certeza de que um dia eu saberia,
o que eu estava procurando por tanto tempo,
por tanto andar e me cansar.
A certeza sempre se manteve presente.
O sol queimava o meu rosto
enquanto eu continuava a andar, mais um dia.
A fome que eu sentia, ja não era mais de comida,
e o que mais eu queria?
Eu precisava ser salva,
mas eu não sabia o que estava procurando,
só sabia que era mais forte que eu.
E se pelo menos eu avistasse alguma coisa,
e se pelo menos eu achasse outra saída.
E toda aquela alegria havia se transformado em repulsa.
Mais um dia, menos outro dia.
Eu ja nem queria mais saber.
Tentei voltar, já era tarde,
os ventos já não mais sopravam ao meu favor,
perdia o ar, e a certeza, nem mais no rancor.
Sentia que a cada passo, eu ia me perdendo,
não conseguia mais similar as minhas ações.
Senti um calafrio na nuca, um ar gelado.
Me virei e vi uma sombra.
Ouvi uma voz calma e doce, um rosto.
Pude sentir minhas bochechas queimarem
e mudarem de cor.
De repente,
todas as minhas perguntas poderiam ser respondidas.
De repente,
você poderia me dizer o verdadeiro caminho.
Ou de repente, era você.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sem estória.


Aquele coração que não mandei, a carta que nunca escrevi.
A tristeza que nunca senti, a alegria que sempre mostrei.
O coração que nunca parti, a frase que nunca falei.
E todas as vezes que não liguei, todos os erros que não cometi.
Todas as musicas que não ouvi, as ruas que não andei.
O sono que não dormi, o sorriso que não mostrei.
Sempre tentando não tentar, escondendo o que poderia encontrar.
Sem arrependimento nenhum do que em nenhum momento aconteceu.
Do que não se viveu, do que nem se quer morreu.
E assim, sem fim, sem nem um inicio, consigo e não consigo dormir.
Tá tudo bem, nada se moveu, nenhum herói nasceu.
Seguimos.



sábado, 13 de agosto de 2011

Empty Apartment


"It´s okay to be angry and never let go
It only gets harder the more that you know
When you get lonely if no one´s around
You know that I´ll catch you when you´re falling down
We came together but you left alone
And I know how it feels to walk out on your own
Maybe someday I will see you again
And you´ll look me in my eyes and call me your friend."

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pedaços de você

Hoje, é possível olhar pra trás e ver tudo exatamente como foi deixado. As palavras, os sonhos, teu jeito de falar, sua mania de me irritar. Nossa falta de coragem, nosso medo de amar. O passado continua intacto, só que agora há uma razão. Ou pelo menos a que eu ache mais plausível de ser entendida. Nada mais para nos salvar, nossas mãos agora vazias, carregaram por tanto tempo lembranças. E quanto mais eu tentava entender, mais eu me sentia presa. Talvez por querer, por merecer. E aquelas indas e vindas. Levei seu sorriso comigo, levei seu pior defeito também. Embrulhei nossas vidas inteiras nas costas e decidi as levar por todo caminho. Muitas vezes deixei pedaços caírem, outras eu mesmo os deixava. Guardei seus piores segredos, guardei tanta coisa sem perceber. Até finalmente perder tudo pelo caminho, só pra mais tarde encontrar tudo outra vez. Não da mesma maneira, cacos que talvez nunca mais voltem a ser o que eram. E todas as noites eram pesadelos sem fim, parecia uma musica que permanecia no replay. Por minha própria vontade. Por meu próprio destino. E por mais que eu quisesse parar, não mais lembrar, a cada passo, ia encontrando mais pedaços do que sobrou de nós. Sem nunca admitir estar cansada. Sem nunca poder realmente entender o que me movia sempre até você.



sexta-feira, 29 de julho de 2011

Eu queria


Eu queria por um momento só lembrar das coisas boas.
Dos dias em que mesmo compromissados, a gente ficava a toa.
Te roubar pra mim nas noites frias.
Queria sentir seu perfume no meu travesseiro,
ou mesmo andando na rua, sentir seu cheiro.
Eu queria ter dito diferente das vezes em que te magoei,
Ou ter morrido de rir, daquela vez em que de novo eu chorei.
Falar tudo em que eu só conseguia pensar, te beijar até perder o ar.
Eu queria ter morrido de amor ao invés de dor.
E não me sentir vazia quando você partia.
Eu queria ter o controle da saudade, pra não ficar só na vontade.
E fazer você acreditar quando eu fingia que sorria.
Eu queria não querer mais nada.
Mas amanhã eu sei,
que vou querer tudo outra vez.

terça-feira, 29 de março de 2011

Possibilidade remota

Era uma noite como qualquer outra. Uma lua parecida com a de ontem. Nada parecia se mover. Avistei um lugar vazio, me aproximei. Sentei na mesa menos perceptível. Nem a luz se atreveria a se aproximar de lá. Estava tudo calmo, dava até para escutar as respirações a minha volta. De longe, senti olhares. Nada muito perturbador. Chegou mais perto, para que eu pudesse nota-lo e perguntou se poderia se sentar. - Quando já se tem em mente o “não”, tudo é válido. - Sem muita importância não liguei. Dei de ombros. Não esperava nada, já havia cansado de esperar, de procurar, de tentar. Por um breve momento pensei que poderia ser. Começou a falar, me contou sua vida, e foi como se eu já a soubesse, já conhecesse aquele olhar. Minha garganta já começava a engolir a seco. Senti minha respiração pesar, por varias vezes tive que puxar mais forte o ar pra poder respirar. Era tudo muito estranho, aquele sorriso que me prendia, o seu cheiro que me desconcentrava, todos aqueles detalhes, todos os sorrisos. Meus sorrisos. Acolheu-me, envolveu-me. Sem me fazer pensar duas vezes. Sabia o quão perigoso seria, sabia de todos os riscos, só não sabia, que seria incontrolável. Quanto mais o relógio girava, mais prendia minha atenção em você. A noite enfim terminou, deixei levar meu sorriso, minhas manias. Em um curto prazo, trouxe de volta, porém, em questão de segundos, o sorriso se transformara em perguntas, em tristeza. Será que o destino conseguiu me iludir tão bem? Não conseguia e nem queria entender o porque daquelas mudanças repentinas, das promessas quebradas. Como seria possível alguém conseguir enganar tanto alguém. E eu não entendia, não achava uma razão. De repente acordei, lençol molhado, respiração ofegante, um pouco de medo talvez. Olhei para os lados para me certificar de que foi tudo mesmo um sonho. Ergui o braço em direção ao meu rosto, tocando meus dedos em meus lábios, vi que ainda havia sorriso, e o mais importante, um coração.



quinta-feira, 10 de março de 2011

Gostar


Se eu me perco no tempo, sei que você erguerá suas mãos só pra me salvar, e assim então eu poderei ver a luz. Com teus braços eu poderei me apoiar. Porque você é meu herói e também meu bandido, gosto dessa brincadeira de nunca saber, gosto do gosto noturno do teu beijo ao me encontrar antes de se virar pra dormir. Gosto do som que seu coração faz no meu ouvido quando me deito no seu peito. Gosto do som que minha boca faz quando você me aperta tão forte que ate perco o ar. Gosto de gostar das coisas que você me faz e não faz. E se você partir, a noite quando eu fechar os olhos, sentir teu cheiro, e sonhar contigo mesmo assim, eu vou gostar. Gostar de te amar.

domingo, 6 de março de 2011

E os dias em que eu virava a noite esperando você voltar? E as palavras que eu nunca disse com medo de te machucar? Os planos, promessas, e a vontade de te ter? Coisas que só eu faria por você. E não há mais ninguém pra nos salvar. Palavras ao vento, frases quebradas. Pelo menos com você eu aprendi a me amar.

sábado, 5 de março de 2011

Liar



Dessa forma, eu consigo te encarar,
não mais da mesma maneira, não mais amando,
mas sendo amado.
Amado por ter suportado tanta farsa.
Tanta mentira aquele tempo todo.
Agora a verdade parece um veneno.
Vai matando aos poucos,
o pouco de esperança que existia em mim.
O tempo passou, levou tudo de bom, tudo de ruim,
e eu já nem lembro mais o que eu sentia quando te ouvia.
Era tudo que eu não queria, só mentiras.
Pode não parecer, mas se olhar nos meus olhos
vai perceber que não estas mais em mim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Liesel

Era tão miuda, mas gigantescos sonhos pairavão em sua mente. Com aqueles olhos cintilantes, cheios de vontades, não imaginaria que por dentro uma magoa habitava. Ele tão gigante, poucos sonhos, poucos desejos, o suficiente pra fazê-la sorrir. Todos os dias sofria ao pensar que não conseguiria. Ela era tão nova pra sofrer, e pensar a deixava cada vez mais deprimida. Até de olhos fechados mal conseguia se concentrar em coisas boas. Seus olhos sorriam a qualquer avanço, mas sabia que seria por pouco tempo. Ela só queria ajudar, esquecia-se até de viver, pra tentar ajuda-lo a viver. Ela era um anjo. Ele o enfermo. Ela era o começo e ele o fim. Então, adormeceu. Profundamente. Não sei dizer exatamente em qual momento ele desistiu nem por qual razão. Ela ficou aliviada, mas triste o suficiente pra conseguir sufocar qualquer tipo de pensamento,
enfim.