terça-feira, 28 de julho de 2009

Fugir

E quanto mais eu me afastava, mais me sentia sozinha, sem rumo. Corri na esperança de que o vento soprasse meu rosto tão forte que pudesse levar todos os meus pensamentos, todas as minhas lágrimas e angustias. Na esperança de que aqueles pingos de chuva que caiam rapidamente sobre o meu rosto escorressem pelo meu corpo e lavassem tudo, toda a magoa, mas foi em vão. Quanto mais eu me afastava, mais era atormentada por meus próprios demônios. E quanto mais longe, mais eu caia, sem saída. Foi quando senti o tocar dos seus dedos no meu braço e uma brisa no meu peito. Como se uma luz forte iluminasse o buraco pelo qual eu me afundara. Talvez eu não quisesse ser resgatada, mas aquela luz me aqueceu, entorpeceu. E foi quando te olhei que eu percebi o porquê de correr, de me perder e o motivo pelo qual eu não queria perder você.

2 comentários:

Agatha disse...

Cada um se defende de algum modo, enquanto uns fogem , eu aqui me iludo, e assim vivemos ..

Kaka disse...

As vezes é melhor receber um "tranco" para acordar, viver pensando no presente, apenas vivendo a vida, chega um momento que tudo de ruim acaba...