sábado, 8 de agosto de 2009

M(T)eu Abrigo

A minha casa é um barco, com quase tudo que eu preciso.
E não foi de ontem, que o navego sozinha.
As vezes vem visita, mas como tudo que vem,
vai embora também.
Vejo alegria, chuva, vejo nada e tudo.
Quanto mais navego, mais parece que não saio do lugar.
Descontente assim. Sem nada a esperar.
Mas se você vem, me contento por ficar,
nem que só uma noite, uma hora, outra hora.
Em dias de chuva, me sinto refém
de noites solitárias, sem alguém, que seja -meu- bem.
Mas se você vem, tem abrigo, sorriso.
E por assim dizer, talves tudo que eu preciso.
Passam noites não dormidas, mas eu já nem ligo,
pro passado, que deixa de ser abrigo.
E o que ficou pra trás, nem quero mais.
A minha volta, só azul, sonho azul, tudo azul.
Mas se você vem, meu horizonte fica tranquilo.
Com aquele momento em meu peito contido,
do teu cheiro, teu defeito.
Até o dia em que você não mais voltar.
Pra esse pesadelo de todas as noites cessar,
junto com meu respirar.


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